Seeking for oneness

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Maylson
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Re: Seeking for oneness

Postby Maylson » Wed Nov 06, 2024 5:19 pm

Oi Franchi, tudo bem? Como está se sentindo agora?



Por favor, sempre que eu fizer perguntas, gostaria que as respondesse na íntegra, sem vagueza. Isso é importante para o nosso diálogo aqui. Mesmo que muitas vezes pareçam perguntas retóricas, elas não são! Tome seu tempo, observe-as em sua experiência imediata e só então responda. Infelizmente, em uma comunicação inteiramente escrita, isso se faz necessário!

Combinado?


“Medo de estar errando, de estar seguindo um caminho que não é o correto. Tudo isso potencializado pelas pessoas que dependem de mim... Esposa, filhos, trabalho, casa, etc...”


Observe esse medo de "estar errado" diretamente. Quem, de fato, está percebendo esse medo? Existe realmente um "eu" que possa acertar ou errar?

O amor e o cuidado que você sente por sua família e as responsabilidades surgem naturalmente, ou há a necessidade de um "eu" que os controle?

O "certo" e o "errado" são ideias? Ou há algo além disso?

Se você soltar a necessidade de controle, o que resta além do próprio amor e cuidado?

“Mas acredito que seja o medo natural que faz parte do processo, pois ele não me impede de continuar, só gera insegurança.”
Sim, respondemos emocionalmente (o que inclui o medo) às histórias mentais. Em seguida, mais histórias surgem em resposta, provocando mais reações emocionais, e assim continua. Um círculo vicioso.

O que acontece quando você tenta impedir que essas histórias apareçam?

O que acontece quando você tenta substituir as histórias de medo, etc., por outras – de alegria, paz, conforto, etc.?

E o que acontece quando você simplesmente deixa as histórias fluírem, meio que em segundo plano, sem dar muita atenção a elas, como um rádio no carro que ninguém está realmente ouvindo?

“Imagina a ruptura necessária para quebrar esta barreira...”


Qual barreira??? O que difere o que está externo e que está interno na sua percepção? Qual barreira os separa? Onde estão esses locais ‘externo e interno’? Como isso se manifesta na sua experiência imediata? (Sim, estou repetindo essas perguntas e quero uma resposta dessa vez, por favor).


A teoria do KArma é divagação ??? O aqui se faz, aqui se paga, que tanto presenciamos é controlado pela nossa própria consciência única??? Ou isso não existe???
Passado e o futuro são lembranças e expectativas que surgem e se dissolvem no presente. A ideia de que "o aqui se faz, aqui se paga" é uma tentativa da mente de explicar a realidade usando conceitos de tempo, continuidade, causa e efeito. Mas, de fato, quem está observando esse momento não precisa de nenhuma dessas ideias para existir.

Quando você pergunta se é controlado pela "nossa própria consciência única", você está sugerindo que há um "EU" ou uma "CONSCIÊNCIA" controlando algo. No entanto, se você se permite observar mais profundamente, perceberá que tanto o "controlador" quanto o "controlado" são, na verdade, conceitos. Na sua experiência direta, o que existe é apenas esta presença, esta consciência sem fronteiras, sem um "EU" ou "outro" separadamente, não? O que há além disso?

A questão não é se o Karma existe ou não, mas sim: você pode estar totalmente com o que é, agora, sem precisar rotular, explicar, mudar ou controlar?

O que é a ideia de "Karma" senão mais uma história, mais um pensamento que surge AGORA? Onde exatamente você encontra o passado ou o futuro, além de imagens e lembranças que aparecem neste momento?

Quando você pensa "o aqui se faz, o aqui se paga," pode observar que essa ideia é apenas uma tentativa da mente de criar sentido? Quem, no agora, está preso a essas explicações? Quem observa tudo isso sem precisar definir ou controlar?

E quando você pergunta sobre uma "consciência única" controlando tudo — onde está essa consciência? Quem é esse "eu" que precisa de controle?

Experimente soltar, apenas por um momento, a necessidade de explicar e controlar. Quem é você, aqui e agora, antes mesmo de pensar sobre Karma, passado, ou futuro?



Quando acordo de manhã e dou bom dia aos meus filhos e peço a Deus que os abençoe, isto é inócuo ??? Por que não há ninguém para abençoar e ninguém para ser abençoado ?? Seria retórica??

Nessa fala, "Deus os abençoe," observe o que está realmente acontecendo nesse momento...Imagino que haja uma intenção de cuidado, de amor sincero de que seus filhos estejam bem. Essa intenção surge espontaneamente, sem esforço! é simplesmente a expressão de amor, uma energia natural, certo?

Mas quem exatamente está desejando isso? E para quem? Há realmente uma divisão entre "você," seus filhos e "Deus"? Ou será que tudo isso, o desejo, o amor, o ato da benção, emerge de um único espaço de presença que já está aqui e agora???


E sobre a "benção", o que ela é para você? É algo que precisa vir do externo, de fora, de uma força separada??? Ou é possível que a benção seja a própria experiência de amor e cuidado que você sente por eles?

Talvez não se trate de alguém abençoando outro alguém, mas apenas do próprio movimento de amor, que é livre, que é vida se expressando. Nesse sentido, não é inócuo; é pleno em si mesmo. Não é retórica; é a própria manifestação da paz e da unidade que já existe e que se expressa através do gesto, na sua experiencia imediata! Isso precisa mesmo de alguma narrativa ou historia fantastica da nossa imaginação?



May.
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Franchi
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Re: Seeking for oneness

Postby Franchi » Wed Nov 06, 2024 8:57 pm

Olá, May !!!

Estou me sentindo bem ... Mas, como saí de uma conference call de mais de duas horas, ainda estou um pouco aéreo. É impressionante como somos absorvidos por este tipo de atividade deixando de refletir sobre a realidade... Pelo menos é o que acontece comigo.
Por favor, sempre que eu fizer perguntas, gostaria que as respondesse na íntegra, sem vagueza. Isso é importante para o nosso diálogo aqui. Mesmo que muitas vezes pareçam perguntas retóricas, elas não são! Tome seu tempo, observe-as em sua experiência imediata e só então responda. Infelizmente, em uma comunicação inteiramente escrita, isso se faz necessário!

Combinado?
Sem dúvidas, estou com meu coração e mente abertos para tudo !!! Quero me envolver por inteiro neste processo.
Observe esse medo de "estar errado" diretamente. Quem, de fato, está percebendo esse medo? Existe realmente um "eu" que possa acertar ou errar?
Talvez minha mente esteja percebendo este medo... Ainda tenho dúvidas se existe este "eu" que pode errar ou acertar, eis o cerne da questão.
Tudo me parece uma aposta muito alta, sabe ??? É investir por um caminho íngreme que não sei onde dará.
O amor e o cuidado que você sente por sua família e as responsabilidades surgem naturalmente, ou há a necessidade de um "eu" que os controle?

O "certo" e o "errado" são ideias? Ou há algo além disso?

Se você soltar a necessidade de controle, o que resta além do próprio amor e cuidado?
Tudo surge naturalmente, mas ainda me parece que preciso ter este controle em minhas mãos...
O certo e o errado são ideias, mas sou uma pessoa com um nível de exigência muito grande, tanto com os outros como para comigo mesmo, daí vem esta necessidade de saber estar fazendo o "certo".
Ainda estou muito identificado com minha individualidade, por isso apanho com isso.
Não sei o que acontece se eu "soltar" esta necessidade do controle, mas é algo que quero experimentar sim.
O que acontece quando você tenta impedir que essas histórias apareçam?

O que acontece quando você tenta substituir as histórias de medo, etc., por outras – de alegria, paz, conforto, etc.?

E o que acontece quando você simplesmente deixa as histórias fluírem, meio que em segundo plano, sem dar muita atenção a elas, como um rádio no carro que ninguém está realmente ouvindo?
Não sei te responder... Precisarei colocar em prática... MAs me agrada muito a possibilidade de apenas ignorá-las, como se fosse a tal música de fundo.
Qual barreira??? O que difere o que está externo e que está interno na sua percepção? Qual barreira os separa? Onde estão esses locais ‘externo e interno’? Como isso se manifesta na sua experiência imediata? (Sim, estou repetindo essas perguntas e quero uma resposta dessa vez, por favor).
A ruptura que eu quis dizer, May é em relação a não existência de Deus, mas sim apenas da manifestação em si, da experiência.
Não vejo diferença na percepção entre o externo e o interno, já que tudo é percepção e a percepção só pode ser sentida por uma fonte... Seja o "eu" ou o "Eu"...
A percepção externa só pode ser tida porque é experienciada internamente .
Passado e o futuro são lembranças e expectativas que surgem e se dissolvem no presente. A ideia de que "o aqui se faz, aqui se paga" é uma tentativa da mente de explicar a realidade usando conceitos de tempo, continuidade, causa e efeito. Mas, de fato, quem está observando esse momento não precisa de nenhuma dessas ideias para existir.
Faz sentido... Parece mais um mecanismo para reforçar a existência da dualidade.
E quando você pergunta sobre uma "consciência única" controlando tudo — onde está essa consciência? Quem é esse "eu" que precisa de controle?

Experimente soltar, apenas por um momento, a necessidade de explicar e controlar. Quem é você, aqui e agora, antes mesmo de pensar sobre Karma, passado, ou futuro?
Está consciência estaria em tudo e tudo estaria nessa consciência??? Não sei ...
O eu que precisaria desse controle seriam as individualidades que fazem parte da dualidade.
É um longo passo para mim parar de racionalizar e de controlar. Vou amadurecer um pouco esta questão...
Ainda estou tentando entender para te responder quem sou eu aqui e agora ...
Nessa fala, "Deus os abençoe," observe o que está realmente acontecendo nesse momento...Imagino que haja uma intenção de cuidado, de amor sincero de que seus filhos estejam bem. Essa intenção surge espontaneamente, sem esforço! é simplesmente a expressão de amor, uma energia natural, certo?

Mas quem exatamente está desejando isso? E para quem? Há realmente uma divisão entre "você," seus filhos e "Deus"? Ou será que tudo isso, o desejo, o amor, o ato da benção, emerge de um único espaço de presença que já está aqui e agora???


E sobre a "benção", o que ela é para você? É algo que precisa vir do externo, de fora, de uma força separada??? Ou é possível que a benção seja a própria experiência de amor e cuidado que você sente por eles?

Talvez não se trate de alguém abençoando outro alguém, mas apenas do próprio movimento de amor, que é livre, que é vida se expressando. Nesse sentido, não é inócuo; é pleno em si mesmo. Não é retórica; é a própria manifestação da paz e da unidade que já existe e que se expressa através do gesto, na sua experiencia imediata! Isso precisa mesmo de alguma narrativa ou historia fantastica da nossa imaginação?
Sim, essa intenção é espontânea e natural.
Ainda tenho dificuldades para considerar tudo como uma única coisa... E me parece que se vejo desta maneira, as demais pessoas que estão ao meu redor não verão. Pelo que estou tentando assimilar, não existe esta divisão e tudo se converge na presença.
Acho que a benção seria algo que viria do externo mesmo, mas agora isso não está mais fazendo sentido. Acho que é pura força do hábito. MAs, sem dúvidas, ela tem a ver com o sentimento de amor e cuidado.
Verdade, este sentimento dispensa qualquer tipo de interpretação e pode ser considerado a manifestação do amor na experiência imediata.

Franchi.

ps: caso alguma pergunta importante tenha sido respondida superficialmente, sinta-se à vontade para repeti-la.

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Re: Seeking for oneness

Postby Franchi » Thu Nov 07, 2024 3:17 pm

Bom dia, May!!!

Estive refletindo desde ontem e acho que estou com algumas dúvidas bastante básicas ainda.
Esta ideia da não existência de Deus me deixou um pouco confuso.
Se o que vivemos é a manifestação, a experiência, que segue um fluxo que se apresenta como a nossa realidade imediata; então este fluxo não tem nenhum objetivo e nenhum controle??? Simplesmente as coisas se "desenrolam"...
Digo, não há leis, pesos e medidas, ações e reações ???
Está tudo muito conflitante para mim...

Franchi

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Maylson
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Re: Seeking for oneness

Postby Maylson » Thu Nov 07, 2024 5:09 pm

Oi, Franchi!
Estou me sentindo bem ... Mas, como saí de uma conference call de mais de duas horas, ainda estou um pouco aéreo. É impressionante como somos absorvidos por este tipo de atividade deixando de refletir sobre a realidade... Pelo menos é o que acontece comigo.


No momento presente, se o que se manifesta é uma "atividade intensa" ou um "cansaço", então simplesmente há cansaço e atividade intensa. O conflito e o sofrimento surgem quando tentamos mudar essas sensações ou resistimos a elas, é a mente criando a ideia de que a realidade deveria ser diferente do que ela é agora. Percebe isso?


Está consciência estaria em tudo e tudo estaria nessa consciência??? Não sei ...
O eu que precisaria desse controle seriam as individualidades que fazem parte da dualidade.
É um longo passo para mim parar de racionalizar e de controlar. Vou amadurecer um pouco esta questão...
Ainda estou tentando entender para te responder quem sou eu aqui e agora ...
Essa consciência inclui tudo e está em tudo, não ha NADA externo a ela. É 100% inclusiva. Não há pressa em parar de racionalizar ou controlar; o simples ato de observar isso já é um grande passo. Deixe que essa questão amadureça naturalmente. Não tente mudar as coisas, não resista a nada!

Quanto a “quem sou eu agora”, observe com leveza. Não procure uma resposta mental; apenas veja quem está aqui, presente e consciente, antes de qualquer pensamento.
A tentativa de alterar o que ‘já é’, é em si, é baseado na crença da separação.

Ainda tenho dificuldades para considerar tudo como uma única coisa... E me parece que se vejo desta maneira, as demais pessoas que estão ao meu redor não verão. Pelo que estou tentando assimilar, não existe esta divisão e tudo se converge na presença.
Sim, essa sensação de dificuldade em ver tudo como uma única coisa é muito comum, é o movimento natural da mente que se acostumou a ver separação em tudo. Mas pelo que percebi de nossa conversa, você já está notando algo profundo que, mesmo com as aparências de separação, existe uma presença comum que permeia tudo.

Quanto aos ‘outros’ (spoiler - não há outros, rs), a percepção de unidade não depende de eles "verem" isso também. Essa presença está além de como as coisas são interpretadas pelo ‘individuo’; ela já é o que está aqui, sempre presente. NÃO precisa forçar nada! Basta observar que, mesmo com as aparentes diferenças, tudo converge nessa mesma presença que observa.



Esta ideia da não existência de Deus me deixou um pouco confuso.
Se o que vivemos é a manifestação, a experiência, que segue um fluxo que se apresenta como a nossa realidade imediata; então este fluxo não tem nenhum objetivo e nenhum controle??? Simplesmente as coisas se "desenrolam"...
Digo, não há leis, pesos e medidas, ações e reações ???
Está tudo muito conflitante para mim...


Como você mencionou, isso é só uma ideia, um pensamento, não?

Se estiver se referindo a deus como um ser separado, que controla tudo, me diga como isso se manifesta na sua experiência direta? Aparece como uma crença, pensamento, ideia, conhecimento, ou o que?

O que está buscando por sentido e controle?

Quando surge a confusão sobre a ideia de que "não há objetivo nem controle", quem ou o que em você, busca essa sensação de objetivo e controle?

Onde essa ideia de controle ou falta dele se manifesta?

Em vez de tentar solucionar o conflito mentalmente, observe onde ele aparece. Surge uma sensação no corpo? Há uma resistência na mente?

Qual é a experiência direta agora, sem o rótulo de "controle" ou "descontrole"?
Ter ou não a narrativa de controle, muda alguma coisa na sua experiência direta?


May,
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Franchi
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Re: Seeking for oneness

Postby Franchi » Thu Nov 07, 2024 6:53 pm

Boa tarde!!!
No momento presente, se o que se manifesta é uma "atividade intensa" ou um "cansaço", então simplesmente há cansaço e atividade intensa. O conflito e o sofrimento surgem quando tentamos mudar essas sensações ou resistimos a elas, é a mente criando a ideia de que a realidade deveria ser diferente do que ela é agora. Percebe isso?
Não, May, não surgiu nenhum tipo de conflito ou sofrimento. O que eu quis dizer é que toda vez que estou em uma atividade que exige minha atenção, tal qual foi a conferência, simplesmente esqueço desta "busca" ou "processo" que estou vivendo, me identificando muito com o Franchi, personagem, durante estes momentos.
Essa consciência inclui tudo e está em tudo, não ha NADA externo a ela. É 100% inclusiva. Não há pressa em parar de racionalizar ou controlar; o simples ato de observar isso já é um grande passo. Deixe que essa questão amadureça naturalmente. Não tente mudar as coisas, não resista a nada!

Quanto a “quem sou eu agora”, observe com leveza. Não procure uma resposta mental; apenas veja quem está aqui, presente e consciente, antes de qualquer pensamento.
A tentativa de alterar o que ‘já é’, é em si, é baseado na crença da separação.
Ainda tenho um pouco de dificuldade de perceber esta presença que é anterior a tudo. Tenho feito muito as tarefas rotineiras com a cabeça vazia de pensamentos, para perceber tudo o que está acontecendo, ouvir o barulho dos meus passos e da minha respiração, sentir o vento na pele, olhas as coisas, etc.... Só sentindo que não é preciso pensar para fazer nada disso, que é algo natural. Acho que assim acabarei constatando esta presença.
Sim, essa sensação de dificuldade em ver tudo como uma única coisa é muito comum, é o movimento natural da mente que se acostumou a ver separação em tudo. Mas pelo que percebi de nossa conversa, você já está notando algo profundo que, mesmo com as aparências de separação, existe uma presença comum que permeia tudo.

Quanto aos ‘outros’ (spoiler - não há outros, rs), a percepção de unidade não depende de eles "verem" isso também. Essa presença está além de como as coisas são interpretadas pelo ‘individuo’; ela já é o que está aqui, sempre presente. NÃO precisa forçar nada! Basta observar que, mesmo com as aparentes diferenças, tudo converge nessa mesma presença que observa.
Quando era criança, me lembro que uma vez estava no centro da cidade onde morava, e o trânsito de pedestres estava bastante intenso. Parei por um momento e me encostei em um canto, tentando projetar a minha capacidade de ver em cada uma daquelas pessoas, como se a visão de todos fosse comum e pudesse enxergar o cenário em todas as suas perspectivas.
Atualmente, quando estou com minha família, olho para cada um deles, como se não existissem as individualidades, mas é muito estranho ... Ainda não consigo ter esta percepção.
Você consegue sentir isso no dia a dia, no contato com as pessoas que você conhece ou não???
Como você mencionou, isso é só uma ideia, um pensamento, não?

Se estiver se referindo a deus como um ser separado, que controla tudo, me diga como isso se manifesta na sua experiência direta? Aparece como uma crença, pensamento, ideia, conhecimento, ou o que?

O que está buscando por sentido e controle?

Quando surge a confusão sobre a ideia de que "não há objetivo nem controle", quem ou o que em você, busca essa sensação de objetivo e controle?

Onde essa ideia de controle ou falta dele se manifesta?

Em vez de tentar solucionar o conflito mentalmente, observe onde ele aparece. Surge uma sensação no corpo? Há uma resistência na mente?

Qual é a experiência direta agora, sem o rótulo de "controle" ou "descontrole"?
Ter ou não a narrativa de controle, muda alguma coisa na sua experiência direta?
A existência de Deus ??? Sim, é uma idéia, um pensamento ... Não tenho como dizer que é um fato.
Não diria que é um ser separado, mas uma inteligência que permeia tudo... MAs é uma ideia, talvez uma crença.
Sentido e controle estariam ligados ao fluxo dos acontecimentos, para que houvesse algum tipo de equilíbrio, de justiça ... Ainda naquela ideia de que uma pessoa que praticasse algo ruim estaria atraindo algo ruim para si, ou coisas do tipo.
Porque senão, qual seria o incentivo para buscar uma conduta mais colaborativa, mais solidária, mais correta??
Acho que minha mente busca essa necessidade. E é nela que isso se manifesta,
Sim, sim, a resistência está totalmente na minha mente.
Como você lida com isso ??? Você disse que já teve passagem por outras religiões que possuíam a figura de Deus, nos seus modos mais diferentes de interpretação.
Você simplemente sente que não existe mais Deus ??

Franchi.

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Maylson
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Re: Seeking for oneness

Postby Maylson » Sat Nov 09, 2024 2:03 am

Oi, Franchi! Como está?

Atualmente, quando estou com minha família, olho para cada um deles, como se não existissem as individualidades, mas é muito estranho ... Ainda não consigo ter esta percepção.


Você não precisa procurar isso neles. Precisa investigar em você! Como pode uma “percepção de experiencia dual” procurar "fora/externo” uma visão de unidade?

Mas aproveitando esse seu exercício, fiquei curioso sobre:

Quando você olha para uma pessoa sem os rótulos de quem ela é para você, o que surge na sua experiência?
Existe uma sensação de familiaridade que vai além das ideias?

Quando você sente essa "estranheza", de onde ela vem?

Se você perceber essa pessoa como apenas “presença”, o que acontece com a sua própria sensação de “eu”? Ela se expande ou muda de alguma forma?

Seria possível estar com sua família onde você simplesmente observa o que está surgindo, sem criar uma história ou uma identidade para cada momento? Como isso muda sua percepção?


A existência de Deus ??? Sim, é uma idéia, um pensamento ... Não tenho como dizer que é um fato.
Não diria que é um ser separado, mas uma inteligência que permeia tudo...


Com base nessa sua afirmação, entendo que quando você fala "deus”, então, se refere a tudo que se manifesta em sua experiência imediata, entendi corretamente?

Você pode tentar rotular isso de diversas formas: Deus, Brahman, Ser, Consciência pura, Presença pura, Amor incondicional, Amor universal, Natureza Pura, Natureza Bhudica, Vazio, Infinito e etc etc etc.......... Cada nome, rótulo, é usado de acordo com cada cultura...

Tudo isso são palavras que tentam, de alguma maneira, definir aquilo que está aqui, agora, incluindo a presença silenciosa que observa, os pensamentos que surgem, as sensações no corpo, as emoções, e até mesmo o espaço em que tudo isso se manifesta. Ou seja, são só palavras que tentam falar sobre a totalidade inseparável, esse fluxo contínuo e ininterrupto do qual tudo faz parte. Mas não há um “EU” separado experienciando “Deus” como algo distinto. O que chamamos de Deus, o que chamamos de EU, e o que chamamos de Mundo são apenas nomes diferentes para essa mesma “presença”, ou seja la como queira chamar... Faz sentido pra você?


Sentido e controle estariam ligados ao fluxo dos acontecimentos, para que houvesse algum tipo de equilíbrio, de justiça ... Ainda naquela ideia de que uma pessoa que praticasse algo ruim estaria atraindo algo ruim para si, ou coisas do tipo.



Pois é, essa ideia de que “o bem atrai o bem e o mal atrai o mal” mais parece ser uma forma que a mente usa para dar sentido e criar uma estrutura de segurança. Como se organizasse o mundo em causa e efeito moral para que exista um incentivo para a bondade e uma dissuasão para a maldade. Isso faz parte do condicionamento humano.

Mas...

E se essa necessidade é apenas mais uma camada desse “EU” que quer controlar e se proteger?

O que aconteceria se você abandonasse a ideia de que precisa de uma recompensa para ser bom? A bondade em você ainda existiria?

E se na sua experiência de mundo não houvesse essa expectativa de recompensa e punição? A sua maneira de agir mudaria?

Porque senão, qual seria o incentivo para buscar uma conduta mais colaborativa, mais solidária, mais correta??
Acho que minha mente busca essa necessidade.


QUando nos ‘des’identificamos com essas ideias e pensamentos, a bondade e a solidariedade podem surgir de uma maneira muito espontânea... não por busca de resultados ou medo de consequências, mas pela percepção da unidade entre tudo. O sofrimento do outro é sentido como seu, e a empatia deixa de ser uma obrigação, torna-se uma expressão natural. E a conduta solidária não é mais motivada por incentivos, mas pela ausência de separação entre "eu" e "outro".

É como a sua mão que imediatamente socorre o pé ao perceber um machucado, não porque a mão espera recompensa ou teme ser punida, mas porque sente o todo.


Como você lida com isso ??? Você disse que já teve passagem por outras religiões que possuíam a figura de Deus, nos seus modos mais diferentes de interpretação.
Você simplemente sente que não existe mais Deus ??

Quando se fala em “deus, inteligência ou ordem”, geralmente estamos lidando com conceitos... como tentativas de descrever algo vasto, misterioso, infinito, que está além da nossa compreensão, concorda?

A mente quer dar um sentido ao fluxo dessa existência, para justificar por que agimos ou como devemos agir... Mas qualquer conceito, inclusive o de “deus”, é apenas uma representação mental, uma interpretação. É a mente tentando capturar algo que talvez não possa ser capturado...

Então essa questão de "existe Deus?" ou "não existe Deus?" não a é relevante. O foco é, onde está esse "EU" que pergunta, que interpreta, que quer entender?

O que sobra quando todas as ideias de controle, justiça ou inteligência externa são observadas como pensamentos e crenças?

O que é essa presença que sobra?

Qual é a diferença entre “buscar algo” e “perceber que o que você busca já está presente” na sua experiência imediata?

Essa “experiência” da unidade e da presença, precisa dessa estrutura de um "EU" separado e de um "deus" separado?
May.

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Re: Seeking for oneness

Postby Franchi » Mon Nov 11, 2024 4:04 pm

Bom dia, May !!!
Comigo está tudo bem !!! E com você ???
Você não precisa procurar isso neles. Precisa investigar em você! Como pode uma “percepção de experiencia dual” procurar "fora/externo” uma visão de unidade?
Entendo, acho que é uma mera mudança de foco ... Porque senão ainda estarei tentando ter a percepção através do "eu" irreal.
Quando você olha para uma pessoa sem os rótulos de quem ela é para você, o que surge na sua experiência?
Existe uma sensação de familiaridade que vai além das ideias?

Quando você sente essa "estranheza", de onde ela vem?

Se você perceber essa pessoa como apenas “presença”, o que acontece com a sua própria sensação de “eu”? Ela se expande ou muda de alguma forma?

Seria possível estar com sua família onde você simplesmente observa o que está surgindo, sem criar uma história ou uma identidade para cada momento? Como isso muda sua percepção?
Acho que ainda não consigo olhar sem rotular, mas acredito que aconteça esta sensação de familiaridade sim.
A estranheza vem da mente, que ainda duvida muito da possibilidade da unidade ser real e não imaginária.
Sim, se percebo as pessoas como presença, existe uma sensação de expansão, de abrangência...
Acredito que seja possível estar em família sem criar a história , e tenho feito este exercício ... Às vezes chega a ser engraçado porque a sensação de ser pai das crianças parece uma ficção... Como se tivesse acontecendo num filme...rs
Com base nessa sua afirmação, entendo que quando você fala "deus”, então, se refere a tudo que se manifesta em sua experiência imediata, entendi corretamente?

Você pode tentar rotular isso de diversas formas: Deus, Brahman, Ser, Consciência pura, Presença pura, Amor incondicional, Amor universal, Natureza Pura, Natureza Bhudica, Vazio, Infinito e etc etc etc.......... Cada nome, rótulo, é usado de acordo com cada cultura...

Tudo isso são palavras que tentam, de alguma maneira, definir aquilo que está aqui, agora, incluindo a presença silenciosa que observa, os pensamentos que surgem, as sensações no corpo, as emoções, e até mesmo o espaço em que tudo isso se manifesta. Ou seja, são só palavras que tentam falar sobre a totalidade inseparável, esse fluxo contínuo e ininterrupto do qual tudo faz parte. Mas não há um “EU” separado experienciando “Deus” como algo distinto. O que chamamos de Deus, o que chamamos de EU, e o que chamamos de Mundo são apenas nomes diferentes para essa mesma “presença”, ou seja la como queira chamar... Faz sentido pra você?
Isso mesmo, May, pelo menos não tenho mais aquela visão de um deus separado de tudo...
Acho que o meu grande problema é a crença de que algo está controlando a manifestação, mas compreendi bem a sua explicação... O conceito de Deus como o todo, ou seja lá qual ó rótulo formos usar; representando apenas o fluxo de acontecimentos, a experiência, sem nenhum controle ou filtro, ainda é díficil para minha percepção.
Porque estamos sempre tentando achar uma justificativa para certos acontecimentos ou tentando achar algum mecanismo de causa e efeito que alcance as "supostas" injustiças. Mas acredito que a percepção de não dualidade elimina este tipo de análise, pois tudo passa simplesmente a "ser" ... Não há certo ou errado ... Apenas a experiência... Isso é correto??
Pois é, essa ideia de que “o bem atrai o bem e o mal atrai o mal” mais parece ser uma forma que a mente usa para dar sentido e criar uma estrutura de segurança. Como se organizasse o mundo em causa e efeito moral para que exista um incentivo para a bondade e uma dissuasão para a maldade. Isso faz parte do condicionamento humano.

Mas...

E se essa necessidade é apenas mais uma camada desse “EU” que quer controlar e se proteger?

O que aconteceria se você abandonasse a ideia de que precisa de uma recompensa para ser bom? A bondade em você ainda existiria?

E se na sua experiência de mundo não houvesse essa expectativa de recompensa e punição? A sua maneira de agir mudaria?
Exatamente... Criar uma estrutura de segurança...Puro condicionamento!!
Entendo, provavelmente seja esta camada de proteção.
Sim, a bondade ainda existiria em mim e minha conduta não se alteraria...
Talvez eu goste de ser reconhecido como uma pessoa boa e ser um bom exemplo para minha família, mas não creio que busque alguma recompensa por isso ....
É até estranho dizer isso, mas acho que no fundo eu gostaria mais de que as pessoas que não se comportam de forma cidadã ou solidária fossem punidas de algum modo, do que eu ser recompensado por estar fazendo o "politicamente correto".
Será algum rastro de maldade ???
Desde que começamos a conversar sobre este tema, tenho tentado entender que não existe este mecanismo de recompensa/punição, mas agora está tudo ficando mais claro.
No sábado, tivemos uma apresentação das crianças no coral da escola... Normalmente eles reservam algumas cadeiras na frente para as pessoas idosas, mas o que acontece sempre é que muita gente "cara de pau" chega e ocupa estes lugares. Neste sábado não foi diferente e minha mulher ficou indignada, achando um absurdo... Normalmente eu também faria comentários pejorativos e diria que ela não ficasse nervosa por isso porque de algum modo cada uma daquelas pessoas estaria atraindo problemas para si por esta falta de "compostura". Mas desta vez só falei para ela que não se importasse porque nós estávamos fazendo a nossa parte e era isso que importava.
É um processo bastante difícil para mim, porque sou bastante racional e lógico...
Então perceber este fluxo de maneira espontânea, sem objetivos, sem controle; ainda é uma tarefa complexa.
Tenho me pego pensando muito que isso tudo pode ser um absurdo e que talvez não faça o menor sentido.
Mas isto oscila muito... As vezes me parece bastante claro, fazendo sentido ... Outras, já não...
Quando se fala em “deus, inteligência ou ordem”, geralmente estamos lidando com conceitos... como tentativas de descrever algo vasto, misterioso, infinito, que está além da nossa compreensão, concorda?

A mente quer dar um sentido ao fluxo dessa existência, para justificar por que agimos ou como devemos agir... Mas qualquer conceito, inclusive o de “deus”, é apenas uma representação mental, uma interpretação. É a mente tentando capturar algo que talvez não possa ser capturado...

Então essa questão de "existe Deus?" ou "não existe Deus?" não a é relevante. O foco é, onde está esse "EU" que pergunta, que interpreta, que quer entender?

O que sobra quando todas as ideias de controle, justiça ou inteligência externa são observadas como pensamentos e crenças?

O que é essa presença que sobra?

Qual é a diferença entre “buscar algo” e “perceber que o que você busca já está presente” na sua experiência imediata?
Concordo sim... Algo além da nossa compreensão.
Entendo que a mente queira das este "sentido" a tudo, sendo que provavelmente isso não seja possível.
Puxa, é muita coisa para assimilar...
O foco constante na presença parece ser o melhor caminho a seguir, deixando os questionamentos para trás... Parece muito com um salto na beira de um abismo, sendo que alguém fala que você pode pular que não acontecerá nada...rs
Se consideramos tudo como pensamentos e crenças acho que não sobra mais nada ...
Esta presença que sobra é o simples fato de ser ... de existir...
Isso ainda é muito vago para mim.
Por isso ainda tenho dificuldades em entender a possibilidade do "já estar presente".

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Re: Seeking for oneness

Postby Franchi » Mon Nov 11, 2024 8:53 pm

Só complementando, May...
É um passo muito grande tentar imaginar a conceber esta realidade do não dualismo.
Enquanto estamos ao nível teórico, está tudo bem, mas pensar na possibilidade de ter esta percepção de forma permanente é bastante assustador.

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Re: Seeking for oneness

Postby Maylson » Tue Nov 12, 2024 2:59 am

Oi Franchi! Boa noite! Nesse exato momento, como está se sentindo?

Franchi, para facilitar nossa comunicação, vou pedir que quando for responder minhas perguntas, use o "quote” em cada pergunta e as responda separadamente. Pode ser?


Acredito que seja possível estar em família sem criar a história , e tenho feito este exercício ... Às vezes chega a ser engraçado porque a sensação de ser pai das crianças parece uma ficção... Como se tivesse acontecendo num filme...rs
Interessante essa percepção!

Quando você sente que a paternidade se torna uma "ficção", por assim dizer, o que exatamente você está percebendo? Existe uma sensação de distanciamento ou uma percepção mais livre de que o papel de pai é apenas uma das muitas facetas da experiência?

Ao estar com seus filhos, sem a história ou o conceito de "pai", como é a relação? Existe uma conexão mais imediata e direta, sem a necessidade de rótulos ou papéis possibilitando vê-los de uma forma mais pura, mais presente?

E essa "sensação de filme" que você descreve é uma forma de ver a vida de maneira mais fluida e sem o peso das identificações, como se você fosse apenas a consciência vivendo o momento?


Acho que o meu grande problema é a crença de que algo está controlando a manifestação.


Essa crença está totalmente ligada a ideia de que o Franchi é uma entidade separada e de que tem controle sobre a vida. E é um ponto importante a investigar.

Você sente que controla algo?

Quando você pensa em controle, o que é que exatamente pensa estar controlando? O que seria essa sensação de "controle"? De onde ela vem?

Quando você está reagindo a uma situação, quem ou o que está tomando as decisões? Você consegue identificar claramente um "eu" tomando decisões, ou você percebe que as reações surgem espontaneamente, como uma resposta à situação?


Parece muito com um salto na beira de um abismo, sendo que alguém fala que você pode pular que não acontecerá nada.
Você sempre esteve nesse pulo de queda livre, mesmo achando que há um chão que sustenta a sua realidade. Tendemos a ter medo do desconhecido, e ironicamente não sabemos de nada, apenas achamos que sabemos e nos acomodamos nessa falsa sensação de segurança. Mas o medo é uma sensação comum nesse "processo", e um indicador de que o seu sistema nervoso central está funcionando bem, rs.

Se consideramos tudo como pensamentos e crenças acho que não sobra mais nada ...
Esta presença que sobra é o simples fato de ser ... de existir...
Isso ainda é muito vago para mim.
Por isso ainda tenho dificuldades em entender a possibilidade do "já estar presente".
...É um passo muito grande tentar imaginar a conceber esta realidade do não dualismo.
Enquanto estamos ao nível teórico, está tudo bem, mas pensar na possibilidade de ter esta percepção de forma permanente é bastante assustador.
Me fala um pouco mais sobre esse medo, o que fato você teme? O que te assusta?

Você está temendo a perda de algo que você acha que é você, como sua identidade ou a maneira habitual de ver o mundo?

Quando você fala que o simples fato de ser, de existir, é algo muito vago para você, o que quer dizer?
May.

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Re: Seeking for oneness

Postby Franchi » Tue Nov 12, 2024 2:17 pm

Bom dia, May!!!
Estou me sentindo bem, tranquilo... E com você, tudo em paz???
Franchi, para facilitar nossa comunicação, vou pedir que quando for responder minhas perguntas, use o "quote” em cada pergunta e as responda separadamente. Pode ser?
Yes, Sir!!!
Quando você sente que a paternidade se torna uma "ficção", por assim dizer, o que exatamente você está percebendo? Existe uma sensação de distanciamento ou uma percepção mais livre de que o papel de pai é apenas uma das muitas facetas da experiência?
No momento que sinto isso é como se simplesmente a família tivesse sido colocada ali, como um quadro no tempo, como se não houvesse todo o passado da minha esposa ficando grávida, das crianças nascendo e crescendo... Simplesmente como se a história tivesse começado naquele momento.
Não há essa idéia de distanciamento, parece que as coisas estão ali como deveriam estar e só... Mais para como se fosse mais uma faceta da experiência.
Ao estar com seus filhos, sem a história ou o conceito de "pai", como é a relação? Existe uma conexão mais imediata e direta, sem a necessidade de rótulos ou papéis possibilitando vê-los de uma forma mais pura, mais presente?
Sim, acho que é algo mais direto, mais presente, com menos complicações... como é algo mais imediato a questão dos rótulos e papéis fica mais fraca.
E essa "sensação de filme" que você descreve é uma forma de ver a vida de maneira mais fluida e sem o peso das identificações, como se você fosse apenas a consciência vivendo o momento?
Ainda não consigo identificar ao certo esta relação com a consciência, mas com certeza fica algo mais natural e leve.
Essa crença está totalmente ligada a ideia de que o Franchi é uma entidade separada e de que tem controle sobre a vida. E é um ponto importante a investigar.
Não o Franchi, May... Acho que ao invés de crença, é mais uma necessidade de acreditar que tudo está sendo controlado de alguma maneira, sabe ??? Que a nau não está à deriva???
Você sente que controla algo?
Não.
Quando você pensa em controle, o que é que exatamente pensa estar controlando? O que seria essa sensação de "controle"? De onde ela vem?
Eu não penso estar controlando nada, mas acho que por questão de ter mais segurança, gostaria que houvesse esta "força" que estaria controlando tudo.
Quando você está reagindo a uma situação, quem ou o que está tomando as decisões? Você consegue identificar claramente um "eu" tomando decisões, ou você percebe que as reações surgem espontaneamente, como uma resposta à situação?
Acredito que seja algo meio reflexivo, instintivo ... Acho que as reações vem de acordo com as situações.
Me fala um pouco mais sobre esse medo, o que fato você teme? O que te assusta?
Me assusta o fato de poder estar errado... Estar acreditando em algo que não é a verdade.
Você está temendo a perda de algo que você acha que é você, como sua identidade ou a maneira habitual de ver o mundo?
Não, May ... Só o medo de não estar no caminho certo mesmo... Sou uma pessoa que quando convicto em algo que faço, não tenho medo de nada... Pouco me importo se perder minha identidade ou de admitir que o tempo todo tive crenças que não estavam corretas... O que me falta é só quebrar esta desconfiança interna que me ronda ...
Quando você fala que o simples fato de ser, de existir, é algo muito vago para você, o que quer dizer?
Quero dizer que ainda não consigo sentir de verdade isso... Não consigo sentir o "ser", a "presença" e estaria sendo falso se dissesse que consigo vislumbrar isso .
Cognitivamente tudo faz muito sentido para mim, mas me falta ter essa percepção na minha experiência imediata.
As vezes leio os depoimentos no livro da Ilona e no próprio fórum e fico pensando se poderá acontecer comigo algo parecido... Tipo ter a percepção e passar um ou dois dias rindo sozinho, ou ter todas aquelas sensações físicas, tipo ondas de calor, dores de estômago, etc etc etc
Sei que cada um percebe de um jeito e que não há um padrão de "sintomas", mas o que eu quero é sentir essa verdade de algum modo, por mim mesmo.

Franchi.

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Re: Seeking for oneness

Postby Maylson » Wed Nov 13, 2024 8:51 pm

Ola, Franchi! Como está sendo existir nesse exato momento?

“No momento que sinto isso é como se simplesmente a família tivesse sido colocada ali, como um quadro no tempo, como se não houvesse todo o passado da minha esposa ficando grávida, das crianças nascendo e crescendo... Simplesmente como se a história tivesse começado naquele momento.
Não há essa idéia de distanciamento, parece que as coisas estão ali como deveriam estar e só... Mais para como se fosse mais uma faceta da experiência.”


Interessante esse "quadro no tempo” descrito por você, isso revela uma experiência de liberdade em relação à continuidade linear da história, onde pai, mãe e filhos são vistos mais como expressões no momento presente! Nesse ponto, pelo que percebi em sua descrição, a identificação com o papel de pai se dissolve um pouco, e a paternidade não parece algo fixo ou pessoal, é isso? Percebe a paternidade como uma experiência acontecendo, que não precisa ser "carregada" pelo EU?

“Acho que ao invés de crença, é mais uma necessidade de acreditar que tudo está sendo controlado de alguma maneira, sabe ??? Que a nau não está à deriva???


Talvez essa necessidade surja como uma forma de segurança, uma maneira de acreditar que as coisas estão indo "como deveriam" e que há um sentido que direciona tudo. E é também uma forma sutil de resistência. A ideia de não ter controle frequentemente gera um medo profundo... Em vez de evitá-lo, sugiro que tente sentir essa possibilidade sem julgá-la.

Permita-se sentir o Medo de "estar à deriva"! Sentir o desconforto, sem tentar fugir dele, muitas vezes isso dissolve o medo gradualmente.


“Eu não penso estar controlando nada, mas acho que por questão de ter mais segurança, gostaria que houvesse esta "força" que estaria controlando tudo.”


Sim, como mencionei anteriormente essa ideia de uma "força" que controla tudo surge como um desejo de segurança, tipo uma âncora que traria estabilidade ao fluxo imprevisível da vida. Mas vamos explorar um pouco mais profundamente:

O que exatamente você está buscando quando deseja essa segurança?

Existe algum medo ou desconforto específico que eu queira evitar? Se sim, qual seria?

Quando busca essa força, o que exatamente busca em termos de experiência? consegue notar que ela é uma imagem ou conceito criado pela mente?

Como seria permitir que as coisas fossem como são, sem a presença de uma força externa controladora? ?

Por exemplo, o corpo respira, o coração bate, os pensamentos vêm e vão, e tudo isso acontece sem necessidade de um controle externo ou de um "eu" controlando. o que isso revela sobre a necessidade de controle?

“Me assusta o fato de poder estar errado... Estar acreditando em algo que não é a verdade.”


É normal sentir esse tipo de dúvida, especialmente quando a questão é algo tão profundo quanto a verdade da própria existência. Mas me diga:

O que exatamente acredita que seria o “caminho certo”?

Existe uma expectativa ou uma ideia pré-concebida de como essa "verdade" deveria se apresentar para você? Se sim, de onde vem essa expectativa?

Pode identificar se ela é apenas uma sensação passageira, como outras emoções e pensamentos? O que acontece se apenas observar essa desconfiança sem lutar contra ela?

Existe algo mais além da própria experiência direta do agora que você precisa para conhecer a “verdade”?


“Quero dizer que ainda não consigo sentir de verdade isso... Não consigo sentir o "ser", a "presença" e estaria sendo falso se dissesse que consigo vislumbrar isso .
Cognitivamente tudo faz muito sentido para mim, mas me falta ter essa percepção na minha experiência imediata.
As vezes leio os depoimentos no livro da Ilona e no próprio fórum e fico pensando se poderá acontecer comigo algo parecido... Tipo ter a percepção e passar um ou dois dias rindo sozinho, ou ter todas aquelas sensações físicas, tipo ondas de calor, dores de estômago, etc etc etc
Sei que cada um percebe de um jeito e que não há um padrão de "sintomas", mas o que eu quero é sentir essa verdade de algum modo, por mim mesmo.”


Essa sinceridade é essencial para aprofundar a nossa investigação.

Voce percebe que esse desejo de vivenciar algo específico, de sentir o "ser" ou a "presença", já é uma espécie de movimento para fora do momento presente?

Essa expectativa cria uma divisão entre o que “é agora” e o que o EU gostaria que fosse, e é justamente essa divisão que gera uma sensação de insatisfação ou de falta.

O curioso é que o "ser" que você quer vivenciar não está distante, ele é o próprio espaço em que essa busca, esse desejo e todos os pensamentos acontecem, já está aqui como o próprio “contexto” em que tudo se desenrola, cada dúvida, cada expectativa, cada momento de silêncio... não há nada além disso!

Percebe que a própria busca e a sensação de falta também estão acontecendo aqui e agora?

O que acontece se você se permite simplesmente estar com a experiência atual, com qualquer sensação ou pensamento que estiver presente, sem buscar nada além disso? Sem tentar modificar nada?



É como um soltar suave, uma aceitação/rendição para que o momento seja exatamente o que ele já é.
May.

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Re: Seeking for oneness

Postby Franchi » Thu Nov 14, 2024 2:31 pm

Bom dia, May!!!
Neste exato momento estou bem, porém desde ontem bastante reflexivo... Será tudo isso uma loucura? Será que tudo que foi estudado e aprendido (embora tenha sido importante para chegar até aqui) foi uma grande ilusão? Será que a disciplina física que me impus nos últimos 10 anos não era tão necessária ? (parei de beber, me tornei vegetariano).
Nas últimas semanas, depois de exatos 10 anos, até comecei a beber cerveja novamente. Por que não me faz mais sentido a disciplina exagerada em relação ao corpo físico.
Interessante esse "quadro no tempo” descrito por você, isso revela uma experiência de liberdade em relação à continuidade linear da história, onde pai, mãe e filhos são vistos mais como expressões no momento presente! Nesse ponto, pelo que percebi em sua descrição, a identificação com o papel de pai se dissolve um pouco, e a paternidade não parece algo fixo ou pessoal, é isso? Percebe a paternidade como uma experiência acontecendo, que não precisa ser "carregada" pelo EU?
Exatamente o que você disse, parece que a paternidade não é algo pessoal... É como um papel, uma função, naquele cenário.
Sim, percebo que ela não precisa ser "carregada", apenas surge e pronto.
Talvez essa necessidade surja como uma forma de segurança, uma maneira de acreditar que as coisas estão indo "como deveriam" e que há um sentido que direciona tudo. E é também uma forma sutil de resistência. A ideia de não ter controle frequentemente gera um medo profundo... Em vez de evitá-lo, sugiro que tente sentir essa possibilidade sem julgá-la.

Permita-se sentir o Medo de "estar à deriva"! Sentir o desconforto, sem tentar fugir dele, muitas vezes isso dissolve o medo gradualmente.
Sim, este suposto controle geraria a segurança de que tudo esta indo como deve ser... E com certeza é uma espécie de resistência, porque isso é um verdadeiro paradigma a ser quebrado. Como o universo pode funcionar sem haver este controle???? Isso nos foi incutido desde sempre ...
Aos poucos tento me acostumar com essa ideia, permitindo o medo de sentir essa possibilidade de tudo estar acontecendo sem uma lógica, sem um esquema de ação/recompensa ou punição.
É bastante assustador e desafia muito o meu sentido de lógica.
Sim, como mencionei anteriormente essa ideia de uma "força" que controla tudo surge como um desejo de segurança, tipo uma âncora que traria estabilidade ao fluxo imprevisível da vida. Mas vamos explorar um pouco mais profundamente:

O que exatamente você está buscando quando deseja essa segurança?
Justiça... Conforto ... Garantia de que quem faz o bem recebe o bem e quem faz o mal recebe o mal... Esperança de que se existir um depois, todo o esforço será recompensado... E coisas deste tipo.
Eu paro o meu carro de forma correta nas vagas apropriadas, e quem para seu carro numa vaga para deficiente sem o ser ??? O fluxo é o mesmo, a experiência imediata é a mesma ???
Imergi muito intensamente na doutrina espírita e depois de centenas (não dezenas) de leituras, me tornei divulgador, palestrante, escritor de artigos (jornal, revista, etc.) e tudo fazia muito sentido para mim. Mas hoje percebo que nos apoiávamos em informações e conceitos que nem sabemos de onde vieram ao certo, parecendo que esta outra fonte poderia ter certeza de algo ...
Existe algum medo ou desconforto específico que eu queira evitar? Se sim, qual seria?
Acho que é o desconforto que mencionei acima... De que, aparentemente, tanto faz se o bem ou o mal aconteçam, se o certo ou o errado se pronunciem... É tudo experiência ...
Sou super rigoroso com meus filhos porque quero que eles sejam pessoas de bem, de honra, bons cidadãos. Será tudo isso em vão???
Quando busca essa força, o que exatamente busca em termos de experiência? consegue notar que ela é uma imagem ou conceito criado pela mente?
Sentir essa segurança de que tudo está sendo olhado e acompanhado e que nada passará em vão.
Consigo sim, entender que é um conceito, uma ideia.
Como seria permitir que as coisas fossem como são, sem a presença de uma força externa controladora? ?
É um tanto quanto assustador... Me gera um medo que até aperta o estômago.
Como foi seu processo de aceitação e entendimento sobre isso. Hoje, você pode me dizer de coração aberto que tem certeza sobre isso?
Por exemplo, o corpo respira, o coração bate, os pensamentos vêm e vão, e tudo isso acontece sem necessidade de um controle externo ou de um "eu" controlando. o que isso revela sobre a necessidade de controle?
Compreendo tudo isso, mas uma coisa é o corpo funcionar sem a necessidade do controle e outra é o universo...
É normal sentir esse tipo de dúvida, especialmente quando a questão é algo tão profundo quanto a verdade da própria existência. Mas me diga:

O que exatamente acredita que seria o “caminho certo”?
Sim, estamos falando de algo que simplesmente muda tudo. Vira o meu mundo de cabeça para baixo (rs.).
O caminho certo será aquele que me proporcionará segurança e tranquilidade no sentido de saber que tomei as decisões corretas e fiz o meu melhor... Se tudo o que estamos conversando e que você está me conduzindo me gerarem este sentimento, pouco me importa se Deus existe ou não, se existe Karma ou não, ou se existe um depois ou não...
Existe uma expectativa ou uma ideia pré-concebida de como essa "verdade" deveria se apresentar para você? Se sim, de onde vem essa expectativa?
Existe sim, eu penso que deveria vir numa espécie de "estalo" quando então tudo fará sentido para mim, mas no meu âmago, no meu ser, se tornando uma espécie de verdade vivenciada, algo que ninguém poderá tirar de mim.
De onde vem essa expectativa não sei te dizer, mas talvez seja um desejo meu.
Pode identificar se ela é apenas uma sensação passageira, como outras emoções e pensamentos? O que acontece se apenas observar essa desconfiança sem lutar contra ela?
Não penso que seja algo transitório (pelo menos no momento), pois é o que tem me movido nesta busca e tem me dado forças para vencer crenças após crenças, sempre me permitindo conhecer algo novo, aprender algo diferente.
Ás vezes tento não lutar contra esta desconfiança, dizendo para mim mesmo que tenho que pular neste abismo...
Existe algo mais além da própria experiência direta do agora que você precisa para conhecer a “verdade”?
Não sei, May... Não sei...É um mecanismo intrincado que estamos tentando quebrar...
Essa sinceridade é essencial para aprofundar a nossa investigação.

Voce percebe que esse desejo de vivenciar algo específico, de sentir o "ser" ou a "presença", já é uma espécie de movimento para fora do momento presente?
Consigo. É a mente se manifestando.
Essa expectativa cria uma divisão entre o que “é agora” e o que o EU gostaria que fosse, e é justamente essa divisão que gera uma sensação de insatisfação ou de falta.
Complicado... Parece uma armadilha.
O curioso é que o "ser" que você quer vivenciar não está distante, ele é o próprio espaço em que essa busca, esse desejo e todos os pensamentos acontecem, já está aqui como o próprio “contexto” em que tudo se desenrola, cada dúvida, cada expectativa, cada momento de silêncio... não há nada além disso!
Profundo, mas ainda não consigo alcançar ... Vou refletir sobre isso...
Percebe que a própria busca e a sensação de falta também estão acontecendo aqui e agora?
Verdade.
O que acontece se você se permite simplesmente estar com a experiência atual, com qualquer sensação ou pensamento que estiver presente, sem buscar nada além disso? Sem tentar modificar nada?
Não sei se é possível, mas tentarei...
Mas de imediato sinto que não acontece nada e que tudo segue...
É como um soltar suave, uma aceitação/rendição para que o momento seja exatamente o que ele já é.
E como ignorar o mecanismo dos pensamentos, dúvidas, reflexões, questionamentos ???

Obrigado e bom feriado !!!

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Re: Seeking for oneness

Postby Maylson » Fri Nov 15, 2024 3:47 am

Oi Franchi! Boa noite!


“Neste exato momento estou bem, porém desde ontem bastante reflexivo... Será tudo isso uma loucura? Será que tudo que foi estudado e aprendido (embora tenha sido importante para chegar até aqui) foi uma grande ilusão? Será que a disciplina física que me impus nos últimos 10 anos não era tão necessária ? (parei de beber, me tornei vegetariano).
Nas últimas semanas, depois de exatos 10 anos, até comecei a beber cerveja novamente. Por que não me faz mais sentido a disciplina exagerada em relação ao corpo físico.”


No processo de buscar uma "verdade última" ou uma "identidade espiritual", a mente cria um conjunto de regras, ideais e práticas que muitas vezes parecem fixas e absolutas (crenças) que constroem a ideia de um "EU" que precisa ser protegido, aprimorado, moldado, e assim por diante. Quando você se questiona se tudo isso foi uma ilusão, vejo isso como uma abertura, talvez uma mudança de perspectiva... perceber que nada disso define quem você é, porque não há um "EU" fixo que precise ser defendido, aprimorado ou sustentado por essas práticas.

E não há nada de errado com essas práticas; elas podem continuar como expressões espontâneas da vida, sem a pressão de serem “necessárias” ou de servirem para um “EU”. Sem o peso de uma identidade, cada ação se torna mais livre, uma expressão simples e natural do que está presente...


“Exatamente o que você disse, parece que a paternidade não é algo pessoal... É como um papel, uma função, naquele cenário.
Sim, percebo que ela não precisa ser "carregada", apenas surge e pronto.”


Isso se aplica a todos os papeis que compõem o seu “Eu”, o Franchi como pai, marido, chefe de família, profissional, amigo e etc. Te convido a observar esses papéis no dia a dia:

Quando está com sua família, no trabalho, ou em qualquer outro cenário, veja se consegue perceber que esses papéis surgem espontaneamente, como expressões naturais daquele momento. Será que eles realmente precisam de um “Eu” no comando? ou podem simplesmente fluir e desaparecer quando não são mais necessários?


“Justiça... Conforto ... Garantia de que quem faz o bem recebe o bem e quem faz o mal recebe o mal... Esperança de que se existir um depois, todo o esforço será recompensado... E coisas deste tipo.
Eu paro o meu carro de forma correta nas vagas apropriadas, e quem para seu carro numa vaga para deficiente sem o ser ??? O fluxo é o mesmo, a experiência imediata é a mesma ???”


"Quando você observa a situação do carro mal estacionado, o que realmente está mudando? A experiência imediata é a mesma, o carro está na vaga errada, mas é a interpretação dessa ação que cria o peso de 'injustiça' ou 'erro'. Esse julgamento é o que dá a sensação de que algo precisa ser corrigido, que há uma lógica ou um sistema que deve ser seguido. A ação de alguém estacionar errado não altera a natureza do fluxo da vida, o que muda é a sua reação mental a isso, toda a historia que a mente cria encima da situação...

“Imergi muito intensamente na doutrina espírita e depois de centenas (não dezenas) de leituras, me tornei divulgador, palestrante, escritor de artigos (jornal, revista, etc.) e tudo fazia muito sentido para mim. Mas hoje percebo que nos apoiávamos em informações e conceitos que nem sabemos de onde vieram ao certo, parecendo que esta outra fonte poderia ter certeza de algo ...”


Sim, Franchi! A busca por “um sentido” pode nos levar a confiar em sistemas de crenças que, no fim, podem não ter uma origem tão clara ou sólida quanto imaginávamos...

Quando você olha para a certeza que sentia, o que realmente estava fundamentando essa certeza?Era a ideia de uma 'autoridade' externa que sabia algo que você não sabia, ou era uma sensação interna de estar alinhado com algo maior?

E se, ao invés de buscar uma origem externa ou uma fonte em histórias que se dizem ser a verdade e infalíveis, você começasse a observar o que está acontecendo dentro de você, agora, neste momento?

“Acho que é o desconforto que mencionei acima... De que, aparentemente, tanto faz se o bem ou o mal aconteçam, se o certo ou o errado se pronunciem... É tudo experiência ...
Sou super rigoroso com meus filhos porque quero que eles sejam pessoas de bem, de honra, bons cidadãos. Será tudo isso em vão???”
Não diria que isso seja em vão. Mas percebe que isso revela uma inquietação profunda sobre o valor das ações e o impacto delas num possível futuro? Onde de fato ocorre essa inquietação?

“É um tanto quanto assustador... Me gera um medo que até aperta o estômago.
Como foi seu processo de aceitação e entendimento sobre isso. Hoje, você pode me dizer de coração aberto que tem certeza sobre isso?”

Uma vez que percebi que nunca houve um 'Eu' controlando a vida, algo mudou profundamente. As dúvidas e medos começaram a perder a força, porque, no fundo, eles só existiam enquanto o May tentava controlar ou resistir ao que estava acontecendo. Então esse 'pulo em queda livre', passou a ser experienciado de uma maneira diferente.

Posso te assegurar que na minha experiência direta, não existe um “EU” separado resistindo ao fluxo.

Na sua experiência imediata, aqui e agora, onde está esse “EU”? Há algo controlando a sua vida? Já houve algo de fato no controle?


“Compreendo tudo isso, mas uma coisa é o corpo funcionar sem a necessidade do controle e outra é o universo...”
Mesmo? O que te faz achar que há diferença entre o seu corpo e o universo? Onde está essa linha que os separa? Poderia me explicar detalhadamente como isso se manifesta para você? Estou curioso!

“O caminho certo será aquele que me proporcionará segurança e tranquilidade no sentido de saber que tomei as decisões corretas e fiz o meu melhor... Se tudo o que estamos conversando e que você está me conduzindo me gerarem este sentimento, pouco me importa se Deus existe ou não, se existe Karma ou não, ou se existe um depois ou não...”
Entendo que você possa estar nessa busca profunda por segurança e certeza, e um desejo de encontrar uma base para suas decisões. Mas consegue perceber que tanto esse “Eu” que busca, que toma decisões, e esse "caminho de certeza e segurança” só existem nesse mundo ficcional projetado pela sua mente?

Quando você olha para esse 'Eu' que busca segurança e certeza, consegue perceber que ele não é algo fixo ou real, mas uma construção mental? Caso não, onde está esse "EU"?


“E como ignorar o mecanismo dos pensamentos, dúvidas, reflexões, questionamentos ???”


Na verdade, não é sobre 'ignorar' os pensamentos, mas sobre perceber que eles surgem e desaparecem por si mesmos, sem que seja necessário alimentar, rejeitar ou tomá-los como uma verdade.

O que acontece se você tentar ignorar o seu pensamento?

O que acontece se você tentar impedir um pensamento de se manifestar?
May.

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Re: Seeking for oneness

Postby Franchi » Mon Nov 18, 2024 7:07 pm

Olá, May!!!
No processo de buscar uma "verdade última" ou uma "identidade espiritual", a mente cria um conjunto de regras, ideais e práticas que muitas vezes parecem fixas e absolutas (crenças) que constroem a ideia de um "EU" que precisa ser protegido, aprimorado, moldado, e assim por diante. Quando você se questiona se tudo isso foi uma ilusão, vejo isso como uma abertura, talvez uma mudança de perspectiva... perceber que nada disso define quem você é, porque não há um "EU" fixo que precise ser defendido, aprimorado ou sustentado por essas práticas.

E não há nada de errado com essas práticas; elas podem continuar como expressões espontâneas da vida, sem a pressão de serem “necessárias” ou de servirem para um “EU”. Sem o peso de uma identidade, cada ação se torna mais livre, uma expressão simples e natural do que está presente...
É verdade, começa a se desfazer aquela construção ao redor do EU, que sempre precisará de reformas e melhorias.
É um pouco estranho porque vem um pouco de sentimento de vazio, não que isso me incomode, mas começo a me perguntar se está todo mundo nadando no rumo errado e só quem busca essa percepção da realidade através da não dualidade está indo no rumo certo... Se é que podemos falar de rumo certo ou errado...
O problema destas práticas é que parte delas faz parte de uma disciplina que me auto impus... Sendo que agora não faz muito sentido para mim... Para que vou querer "purificar" meu corpos físico e sutis, se esta composição é ilusória!?
Isso se aplica a todos os papeis que compõem o seu “Eu”, o Franchi como pai, marido, chefe de família, profissional, amigo e etc. Te convido a observar esses papéis no dia a dia:

Quando está com sua família, no trabalho, ou em qualquer outro cenário, veja se consegue perceber que esses papéis surgem espontaneamente, como expressões naturais daquele momento. Será que eles realmente precisam de um “Eu” no comando? ou podem simplesmente fluir e desaparecer quando não são mais necessários?
Sim, tenho observado ... O problema é que quando tenho algum tipo de necessidade mais intensa no desempenho destes papéis, parece que sou absorvido e entro no personagem novamente.
Acredito que não precisam deste eu no comando, mas aqui ainda me vem aquela necessidade de saber que há algo maior no controle, para que tudo possa fluir naturalmente... A ideia é simplesmente deixar ser e acontecer???
Passei por uma série de situações complexas no feriado, mas que mostraram uma certa lógica no seu desenrolar... Aparentemente estava acontecendo algo ruim para mim, sendo que eu estava tendo uma participação completamente benéfica e solidária, mas no final das contas o que era ruim, apenas me despertou para algo, que me levou a tomar uma decisão de me foi mais favorável, tendo a situação mudada em seu viés negativo. Ou seja, parecia que havia algo comandando que fez com que a justiça acontecesse e eu não fosse prejudicado injustamente.
Existe um equilíbrio natural na unidade, que tem uma conceituação diferente de justiça, karma, etc. ??? Ou foi apenas uma coincidência?
"Quando você observa a situação do carro mal estacionado, o que realmente está mudando? A experiência imediata é a mesma, o carro está na vaga errada, mas é a interpretação dessa ação que cria o peso de 'injustiça' ou 'erro'. Esse julgamento é o que dá a sensação de que algo precisa ser corrigido, que há uma lógica ou um sistema que deve ser seguido. A ação de alguém estacionar errado não altera a natureza do fluxo da vida, o que muda é a sua reação mental a isso, toda a historia que a mente cria encima da situação...
Eu entendi, mas não seria conformismo demais da minha parte, apenas observar e não me indignar ?
Você consegue ter essa visão desprovida de julgamentos?
Sim, Franchi! A busca por “um sentido” pode nos levar a confiar em sistemas de crenças que, no fim, podem não ter uma origem tão clara ou sólida quanto imaginávamos...

Quando você olha para a certeza que sentia, o que realmente estava fundamentando essa certeza?Era a ideia de uma 'autoridade' externa que sabia algo que você não sabia, ou era uma sensação interna de estar alinhado com algo maior?
Acho que era um pouco de cada um... Essa certeza que viria de uma informação obtida através de alguma autoridade externa e ao mesmo tempo este sentimento de estar alinhado a algo maior também.
E se, ao invés de buscar uma origem externa ou uma fonte em histórias que se dizem ser a verdade e infalíveis, você começasse a observar o que está acontecendo dentro de você, agora, neste momento?
É o que tenho tentado fazer, mas ainda não me sinto seguro para me apegar só a isso. Acho que é um processo que no meu caso não será rápido.
Não diria que isso seja em vão. Mas percebe que isso revela uma inquietação profunda sobre o valor das ações e o impacto delas num possível futuro? Onde de fato ocorre essa inquietação?
Acho que a inquietação está sendo projetada no futuro.
Uma vez que percebi que nunca houve um 'Eu' controlando a vida, algo mudou profundamente. As dúvidas e medos começaram a perder a força, porque, no fundo, eles só existiam enquanto o May tentava controlar ou resistir ao que estava acontecendo. Então esse 'pulo em queda livre', passou a ser experienciado de uma maneira diferente.

Posso te assegurar que na minha experiência direta, não existe um “EU” separado resistindo ao fluxo.

Na sua experiência imediata, aqui e agora, onde está esse “EU”? Há algo controlando a sua vida? Já houve algo de fato no controle?
Ainda vejo este eu na minha personalidade, no meu personagem, este conjunto corpo/mente/ego ainda se mostra muito forte para mim. Talvez porque eu goste do meu personagem e tenha orgulho dele... Talvez haja essa identificação ...
Mas sinto, que não existe mais esta capacidade de controle e que isso era uma grande ilusão.
Sinto que estou numa fase de resistência...
Mesmo? O que te faz achar que há diferença entre o seu corpo e o universo? Onde está essa linha que os separa? Poderia me explicar detalhadamente como isso se manifesta para você? Estou curioso!
Devido ao grau de complexidade... Digo o corpo seria um organismo com menos conexões que o universo. Não sei se existe esta linha de separação...
Para mim é como se eu fosse uma unidade independente do universo... Estou aqui, parado, quietinho e mil e um fenômenos estão acontecendo no universo.
Entendo que você possa estar nessa busca profunda por segurança e certeza, e um desejo de encontrar uma base para suas decisões. Mas consegue perceber que tanto esse “Eu” que busca, que toma decisões, e esse "caminho de certeza e segurança” só existem nesse mundo ficcional projetado pela sua mente?
Ainda tenho bastante dificuldade em ter essa percepção. Mas consigo conceber que isso se encontra no campo da mente.
Quando você olha para esse 'Eu' que busca segurança e certeza, consegue perceber que ele não é algo fixo ou real, mas uma construção mental? Caso não, onde está esse "EU"?
Consigo sim ... Meio ainda desconfiado, mas consigo sim.
Na verdade, não é sobre 'ignorar' os pensamentos, mas sobre perceber que eles surgem e desaparecem por si mesmos, sem que seja necessário alimentar, rejeitar ou tomá-los como uma verdade.

O que acontece se você tentar ignorar o seu pensamento?
Ele passa e vai embora. Tenho praticado isto bastante e é bem tranquilizador... Percebo que eles não tem muito fundamento e por vezes são até nocivos no sentido de tentar trazer algum tipo de preocupação ou emoção negativa.
O que acontece se você tentar impedir um pensamento de se manifestar?
Impedir eu não consigo, mas como citei acima, tenho cada vez treinado mais em simplesmente observá-los passar...

Eu não sei o que está faltando, May, mas percebo esta resistência se formando.
Talvez seja o desespero do eu ...
Mas ainda tenho muita dificuldade em olhar para o mundo e imaginar tudo sendo parte da mesma presença, do mesmo ser... Gostaria muito de poder sentir isso de verdade porque me impulsionaria nesse processo.

Obrigado,

Franchi

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Maylson
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Re: Seeking for oneness

Postby Maylson » Wed Nov 20, 2024 2:01 am

Oi Franchi! Curtiu o feriado? Como estão as coisas?


“Existe um equilíbrio natural na unidade, que tem uma conceituação diferente de justiça, karma, etc. ??? Ou foi apenas uma coincidência?”

O que você percebeu é fundamental: as situações se desenrolaram, e no desenrolar, algo aconteceu que beneficiou a narrativa daquele momento. Isso pode ser chamado de "coincidência", mas mesmo isso é uma etiqueta mental.

Se você olhar para a experiência direta, o que aconteceu no feriado seguiu, de fato, algum plano pré-definido por algo “fora”, ou os eventos simplesmente aconteceram?

Essa necessidade de ancorar o fluxo dos eventos em algo tangível e previsível é realmente necessária, ou é apenas um hábito da mente buscando segurança?

Será que pode haver simplesmente o reconhecimento de que o que acontece, acontece, sem necessidade de justificar ou explicar com base em algo maior ou menor?


“A ideia é simplesmente deixar ser e acontecer???”


Não diria que é uma ideia, talvez é um reconhecimento. Você não precisa "deixar" que seja, porque já é. É apenas a mente que busca "permitir" ou "controlar" o fluxo, enquanto, na verdade, tudo já está fluindo sem esforço.

Observe o impulso de controlar ou justificar, e veja se esse impulso realmente é necessário para que os eventos continuem a acontecer!

Quando você está completamente absorvido no que acontece , seja nas situações intensas (como essa do feriado) ou nos papéis do dia a dia. Existe mesmo um Eu que "entra" ou "sai" de cena? Ou tudo acontece espontaneamente, como sempre foi?

“Eu entendi, mas não seria conformismo demais da minha parte, apenas observar e não me indignar ?
Você consegue ter essa visão desprovida de julgamentos?”


Entendo de onde vem essa pergunta, mas o ponto aqui não é sobre conformismo, mas sobre clareza. Vamos adentrar um pouco mais.

Quando você se indigna, o que está realmente acontecendo? Essa indignação resolve a situação ou apenas reforça a ideia de que algo precisa ser diferente para que você fique em paz?

Se a mente cria uma história em cima do carro mal estacionado, será que reagir indignado está trazendo mais equilíbrio ou apenas alimentando o desconforto?

Agora, quanto a não julgar:
Você consegue perceber o carro na vaga errada, reconhecer isso como um fato, e ainda assim deixar de lado a necessidade de atribuir certo ou errado?

A ausência de julgamento não é uma passividade ou conformismo, mas um reconhecimento de que o fluxo da vida inclui TUDO, até o carro na vaga errada.

Será que, se você não se identificar com o ‘pensamento de julgamento’, você pode agir ou não agir, com a mesma leveza?

“É o que tenho tentado fazer, mas ainda não me sinto seguro para me apegar só a isso. Acho que é um processo que no meu caso não será rápido.”


Você acha que essa necessidade de segurança é algo que realmente pode ser preenchido?

Quando você observa diretamente o que acontece agora, sem buscar segurança em ideias ou histórias, o que encontra? Há algo incompleto nesse momento ou é apenas a mente pedindo por garantias?

E esse “reconhecimento” depende mesmo de um processo longo, ou a sensação de que levará tempo é apenas mais uma história da mente?

Experimente olhar agora, sem pressa:

O que está presente neste instante precisa de algo adicional para ser completo?

O que você chama de “processo” pode ser simplesmente o hábito da mente de adiar o reconhecimento do que já é.


“Acho que a inquietação está sendo projetada no futuro.”
Concordo. Isso esclarece a natureza dessa inquietação.


“Ainda vejo este eu na minha personalidade, no meu personagem, este conjunto corpo/mente/ego ainda se mostra muito forte para mim. Talvez porque eu goste do meu personagem e tenha orgulho dele... Talvez haja essa identificação ...
Mas sinto, que não existe mais esta capacidade de controle e que isso era uma grande ilusão.
Sinto que estou numa fase de resistência...”


Aqui voce mencionou algo fundamental: a identificação com o personagem e até o orgulho por ele. Vamos olhar mais de perto:

Quando você diz que gosta do seu personagem e sente orgulho dele, quem é esse “você” que está gostando ou sentindo orgulho? É o próprio personagem apreciando a si mesmo? Ou há algo além, que está apenas observando tudo isso acontecer?

O que está resistindo? Existe mesmo algo sólido resistindo, ou a resistência é apenas mais um movimento natural dentro do fluxo?

A identificação com o personagem é como assistir a um filme e se perder na história. Mas, mesmo quando você está imerso no filme, você deixa de ser o observador?

Quando a resistência aparece, pode ser vista também como parte do filme, algo surgindo e desaparecendo por si só, sem necessidade de lutar contra ela.

Agora, aqui e agora, sem criar uma história sobre fases ou personagens, onde está essa resistência? Quando você olha diretamente, ela tem forma, substância, ou é apenas mais um movimento que passa?

“Devido ao grau de complexidade... Digo o corpo seria um organismo com menos conexões que o universo. Não sei se existe esta linha de separação...
Para mim é como se eu fosse uma unidade independente do universo... Estou aqui, parado, quietinho e mil e um fenômenos estão acontecendo no universo.”


Você diz que está "parado, quietinho", mas, se observar de forma direta, o que exatamente está parado? O coração bate, a respiração acontece, pensamentos surgem e desaparecem. Mesmo a sensação de estar "quieto" é um movimento percebido. Será que existe realmente algo fixo, ou tudo está em constante mudança, assim como os "mil e um fenômenos" que você descreveu no universo?

Se você olhar para o corpo, de onde ele veio? O ar que você respira, a comida que o mantém, até os átomos que o compõem, tudo vem de “fora”, do que chamamos de "universo". Onde exatamente começa e termina essa unidade que você acredita ser?

Agora, essa sensação de ser separado, como ela se manifesta? É um pensamento? Uma sensação no corpo? Algo mais? E, olhando para isso diretamente, sem criar uma nova história, pode encontrar a tal linha de separação entre você e o universo?


“Ele passa e vai embora. Tenho praticado isto bastante e é bem tranquilizador... Percebo que eles não tem muito fundamento e por vezes são até nocivos no sentido de tentar trazer algum tipo de preocupação ou emoção negativa.”


Tentar parar um pensamento geralmente gera mais pensamentos. Isso acontece porque o próprio esforço de "parar" é apenas outro pensamento ou desejo surgindo na mente. É como tentar apagar fogo jogando mais lenha: o impulso de controlar cria mais movimento, não menos. A dica é apenas observá-los, dessa forma, como você mencionou, eles vão embora.


“Eu não sei o que está faltando, May, mas percebo esta resistência se formando.
Talvez seja o desespero do eu ...
Mas ainda tenho muita dificuldade em olhar para o mundo e imaginar tudo sendo parte da mesma presença, do mesmo ser... Gostaria muito de poder sentir isso de verdade porque me impulsionaria nesse processo.”

Essa resistência, já olhou para ela de perto? O que é essa resistência, de verdade? É só um monte de pensamentos e sensações dizendo “não”? Tem alguma substância nisso ou é só fumaça?

Quanto a “ver o mundo como parte da mesma presença”, precisa imaginar isso? Ou é só um pensamento agora dizendo que existe separação? Onde, exatamente, está essa linha que separa você do que está acontecendo?

E sobre “sentir de verdade”, você acha que vai aparecer uma experiência especial, algo diferente do que já está aqui? Quem está esperando isso???

Isso nao é só mais um pensamento te dizendo que algo falta???

Agora, indo direto ao ponto:

Onde está esse “Eu” que parece separado? Procure, aqui e agora. Alguma vez ele já esteve no controle de alguma coisa?
May.


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