Olá, bem vindo ao forum da LU, chamo-me Sandra e vou ser o teu guia.
Responde se faz favor às perguntas abaixo, para eu poder perceber mais ou menos em que ponto é que estás neste caminho:
O que você procura na LU?
O que você espera de uma conversa guiada?
Qual é a sua experiência em termos de práticas espirituais, busca e investigação?
Um abraço,
S
Guia em Português
Re: Guia em Português
Bom dia, Sandra!
Muito obrigado por responder e se disponibilizar em me ajudar como guia!
Um abraço!
May
Muito obrigado por responder e se disponibilizar em me ajudar como guia!
Vi um vídeo no youtube do canal da LU e ressoou muito com que tenho experienciado, já tive alguns ‘vislumbres’ de enxergar as coisas sem um ‘eu’, e permanece uma sensação de que isso é algo acessível no aqui e agora, porém, ainda não consigo ter essa percepção 24/7 digamos assim, é como se me perdesse nos condicionamentos e na mecanicidade da vida cotidiana. Aqui na LU procuro um guia que possa me ajudar com algum direcionamento.O que você procura na LU?
Um direcionamento, um auxilio para conseguir atravessar esse véu ilusório do “eu”. Sinto uma vontade de falar sobre esse assunto e do que tenho experienciado, acredito que uma conversa guiada será muito proveitosa!O que você espera de uma conversa guiada?
Cresci dentro de um ambiente religioso com muitas doutrinas e crenças do cristianismo, mas logo no início da fase adulta me desliguei da religião, pois já não fazia sentido o que era ensinado ali, me sentia muito limitado e encaixotado. Visitei outras doutrinas e correntes filosóficas, fiz cursos de meditação, estudei um pouco do budismo, tive experiências com xamanismo e medicina da floresta, li bastantes livros e publicações sobre espiritualidade, ensinamentos de gurus, e ultimamente tenho lido e assistido conteúdos sobre não dualidade e dissolução do falso ‘eu’.Qual é a sua experiência em termos de práticas espirituais, busca e investigação?
Um abraço!
May
Re: Guia em Português
Olá May, é bom ter-te aqui!
Tanta responder sem recorrer àquilo que aprendeste. Aqui e agora, o que é que dirias que o eu é?
Abraço,
S
É normal perderes-te nos condicionamentos e na mecanicidade da vida cotidiana. Aparentemente estamos aqui para viver a vida como seres humanos - apesar das nossas ideias sobre transcendermos a vida quotidiana, continuamos com as nossas tarefas, o nosso dia a dia. No entanto, sempre que olhares ver está disponível - apenas no aqui e agora. Acho que a maior parte das pessoas que desenvolveram a habilidade de ver o fazem de forma intermitente, tal como estás a descrever. Suponho que com alguma prática a duração do ver vai aumentando, mas o viver normalmente acontece também.já tive alguns ‘vislumbres’ de enxergar as coisas sem um ‘eu’, e permanece uma sensação de que isso é algo acessível no aqui e agora, porém, ainda não consigo ter essa percepção 24/7 digamos assim, é como se me perdesse nos condicionamentos e na mecanicidade da vida cotidiana.
Sim, essa é uma das razões pelas quais eu guio, para falar sobre este assunto. É a maneira mais eficaz que conheço de ver ativamente e diariamente.Sinto uma vontade de falar sobre esse assunto e do que tenho experienciado, acredito que uma conversa guiada será muito proveitosa!
Um percurso complexo e interessante, orbigada por partilhares.Cresci dentro de um ambiente religioso com muitas doutrinas e crenças do cristianismo, mas logo no início da fase adulta me desliguei da religião, pois já não fazia sentido o que era ensinado ali, me sentia muito limitado e encaixotado. Visitei outras doutrinas e correntes filosóficas, fiz cursos de meditação, estudei um pouco do budismo, tive experiências com xamanismo e medicina da floresta, li bastantes livros e publicações sobre espiritualidade, ensinamentos de gurus, e ultimamente tenho lido e assistido conteúdos sobre não dualidade e dissolução do falso ‘eu’.
Bom, neste momento dirias que o eu é falso? O que é para ti o eu?dissolução do falso ‘eu’
Tanta responder sem recorrer àquilo que aprendeste. Aqui e agora, o que é que dirias que o eu é?
Abraço,
S
Re: Guia em Português
Oi Sandra, boa tarde! Como estás?
Obrigado pelo retorno!
Sim, também tenho essa impressão de que a prática pode tornar o ver mais duradouro, é como se colocássemos a atenção de forma direcionada no presente, vendo as coisas de fato como elas são, sem recorrer às referências e narrativas da mente, apenas ver o que de fato é! Entendo que o que dificulta isso (na minha experiência) é a identificação com tais narrativas e condicionamentos. Tenho tentado fazer alguns exercícios durante o dia a dia, como por exemplo, ver o que se passa no presente, e tentar apenas sentir o que ocorre, sem dar adjetivos ou qualificar.
Sinto também que foi um dos motivos que me fez se aproximar dessa plataforma, ter a oportunidade de conversar sobre, e manter de forma mais constante a atenção nesse assunto.
Aqui e agora posso afirmar que o “eu” é essa ideia mental de que existe esse sujeito, individuo que é alheio a todo o resto que se manifesta, objeto frágil e finito que luta de forma contínua para se resguardar do que supõe ser externo e que pode o atingir, ferir e até mesmo o destruir. Neste momento digo que esse “eu” não é real, é uma mera idealização resultante do acumulo de narrativas, histórias e condicionamentos que ocorrem nessa linha do temo (que também é ilusória).
Isso é muito interessante, pois percebo que somente no ‘aqui e agora’ é possível ter essa visão clara de que esse ‘eu’ de fato não existe, e é por isso que afirmo que essa clareza está acessível no presente (tudo o que de fato é real aqui e agora).
Tendo isso claro que o ‘eu’ não existe, então, ‘o que/quem’ está olhando através dos meus olhos ao digitar esse texto? “O que/quem” enxerga através dos seus olhos ao ler essas respostas? Seria isso um mistério absoluto do qual nessa condição humana não conseguimos ter uma compreensão? Ou seria esse questionamento um mero exercício mental?
Nos vislumbres mais intensos que tive da morte do “eu” ficou um cenário impessoal, as imagens, se manifestavam, os pensamentos (mais amenos) surgiam, porem não havia identificação e nem separação com nada, a impressão que tenho é que o que permanece é uma “força/energia” neutra, não havia julgamento sobre nada, tudo simplesmente existia, mas costuma ficar uma espécie de curiosidade sobre essa força vital que tudo anima.
Não espero que me dê respostas sobre essas perguntas, apenas estou compartilhando o que sinto de forma honesta e sincera, espero ter usado as palavras de forma clara.
Um abraço,
May.
Obrigado pelo retorno!
“Acho que a maior parte das pessoas que desenvolveram a habilidade de ver o fazem de forma intermitente, tal como estás a descrever. Suponho que com alguma prática a duração do ver vai aumentando, mas o viver normalmente acontece também.”
Sim, também tenho essa impressão de que a prática pode tornar o ver mais duradouro, é como se colocássemos a atenção de forma direcionada no presente, vendo as coisas de fato como elas são, sem recorrer às referências e narrativas da mente, apenas ver o que de fato é! Entendo que o que dificulta isso (na minha experiência) é a identificação com tais narrativas e condicionamentos. Tenho tentado fazer alguns exercícios durante o dia a dia, como por exemplo, ver o que se passa no presente, e tentar apenas sentir o que ocorre, sem dar adjetivos ou qualificar.
Sim, essa é uma das razões pelas quais eu guio, para falar sobre este assunto. É a maneira mais eficaz que conheço de ver ativamente e diariamente.
Sinto também que foi um dos motivos que me fez se aproximar dessa plataforma, ter a oportunidade de conversar sobre, e manter de forma mais constante a atenção nesse assunto.
“Bom, neste momento dirias que o eu é falso? O que é para ti o eu?”
Aqui e agora posso afirmar que o “eu” é essa ideia mental de que existe esse sujeito, individuo que é alheio a todo o resto que se manifesta, objeto frágil e finito que luta de forma contínua para se resguardar do que supõe ser externo e que pode o atingir, ferir e até mesmo o destruir. Neste momento digo que esse “eu” não é real, é uma mera idealização resultante do acumulo de narrativas, histórias e condicionamentos que ocorrem nessa linha do temo (que também é ilusória).
Tanta responder sem recorrer àquilo que aprendeste. Aqui e agora, o que é que dirias que o eu é?
Isso é muito interessante, pois percebo que somente no ‘aqui e agora’ é possível ter essa visão clara de que esse ‘eu’ de fato não existe, e é por isso que afirmo que essa clareza está acessível no presente (tudo o que de fato é real aqui e agora).
Tendo isso claro que o ‘eu’ não existe, então, ‘o que/quem’ está olhando através dos meus olhos ao digitar esse texto? “O que/quem” enxerga através dos seus olhos ao ler essas respostas? Seria isso um mistério absoluto do qual nessa condição humana não conseguimos ter uma compreensão? Ou seria esse questionamento um mero exercício mental?
Nos vislumbres mais intensos que tive da morte do “eu” ficou um cenário impessoal, as imagens, se manifestavam, os pensamentos (mais amenos) surgiam, porem não havia identificação e nem separação com nada, a impressão que tenho é que o que permanece é uma “força/energia” neutra, não havia julgamento sobre nada, tudo simplesmente existia, mas costuma ficar uma espécie de curiosidade sobre essa força vital que tudo anima.
Não espero que me dê respostas sobre essas perguntas, apenas estou compartilhando o que sinto de forma honesta e sincera, espero ter usado as palavras de forma clara.
Um abraço,
May.
Re: Guia em Português
Olá May e obrigada pela tua resposta.
As experiências acontecem e por vezes são muito boas, mas não são permanentes.
Esta exploração não se foca num determinado tipo de experiências, embora elas possam acontecer.
O que é proposto é a observação do que é, do que está aqui agora, tal como é, independentemente do tipo de experiência que está a acontecer.
A ideia da morte do eu parece-me um bocadinho assustadora, mas ao mesmo tempo é uma impossibilidade. O que não existe não pode deixar de existir.
Um abraço,
S
Sim, absolutamente.Isso é muito interessante, pois percebo que somente no ‘aqui e agora’ é possível ter essa visão clara de que esse ‘eu’ de fato não existe, e é por isso que afirmo que essa clareza está acessível no presente (tudo o que de fato é real aqui e agora).
Boas perguntas. Eu diria que não é um que nem um quem, é mais um nada. Um nada que é tudo.Tendo isso claro que o ‘eu’ não existe, então, ‘o que/quem’ está olhando através dos meus olhos ao digitar esse texto? “O que/quem” enxerga através dos seus olhos ao ler essas respostas?
Eu acho que conseguimos ter uma compreensão porque construimos uma história sobre o que é. E sim, essa história é sem dúvida um exercício mental. Mas a experiência do que somos é possível, óbvia, imediata e não verbal.Seria isso um mistério absoluto do qual nessa condição humana não conseguimos ter uma compreensão? Ou seria esse questionamento um mero exercício mental?
Tenho a impressão de que estás a falar sobre um determinado tipo de experiência, a que chamas a morte do eu.Nos vislumbres mais intensos que tive da morte do “eu” ficou um cenário impessoal, as imagens, se manifestavam, os pensamentos (mais amenos) surgiam, porem não havia identificação e nem separação com nada, a impressão que tenho é que o que permanece é uma “força/energia” neutra, não havia julgamento sobre nada, tudo simplesmente existia, mas costuma ficar uma espécie de curiosidade sobre essa força vital que tudo anima.
As experiências acontecem e por vezes são muito boas, mas não são permanentes.
Esta exploração não se foca num determinado tipo de experiências, embora elas possam acontecer.
O que é proposto é a observação do que é, do que está aqui agora, tal como é, independentemente do tipo de experiência que está a acontecer.
A ideia da morte do eu parece-me um bocadinho assustadora, mas ao mesmo tempo é uma impossibilidade. O que não existe não pode deixar de existir.
Sim, sim, sim, partilha à vontade, com a maior honestidade possível.Não espero que me dê respostas sobre essas perguntas, apenas estou compartilhando o que sinto de forma honesta e sincera, espero ter usado as palavras de forma clara.
O que é que de momento te leva a dizer que o eu não é real?Neste momento digo que esse “eu” não é real, é uma mera idealização resultante do acumulo de narrativas, histórias e condicionamentos que ocorrem nessa linha do temo (que também é ilusória).
Um abraço,
S
Re: Guia em Português
Boa noite, Sandra! Como estás?
Feliz com a interação!
Não sei ao certo, mas quando a atenção se volta para o "eu" me vem a impressão que o Maylson é apenas uma história, como todas as outras histórias e conceitos que existe sobre as coisas, e que esses conceitos e histórias estão ligados ao tempo que também é uma ilusão no campo metal... Sabe quando você tem um sonho super nítido que tudo parece muito real e então você acorda e aquilo vira uma memória e vai se desbotando ao longo do dia e logo cai no esquecimento? É como se fosse mais ou menos isso. Só um personagem sem importância alguma. É essa sensação que me leva a dizer que o 'eu' não é real.
May,
Feliz com a interação!
Um paradoxo! O desconhecido aparecendo como algo conhecido... acho que aqui a linguagem é finita para descrever algo infinito."Boas perguntas. Eu diria que não é um que nem um quem, é mais um nada. Um nada que é tudo."
"O que é que de momento te leva a dizer que o eu não é real?"
Não sei ao certo, mas quando a atenção se volta para o "eu" me vem a impressão que o Maylson é apenas uma história, como todas as outras histórias e conceitos que existe sobre as coisas, e que esses conceitos e histórias estão ligados ao tempo que também é uma ilusão no campo metal... Sabe quando você tem um sonho super nítido que tudo parece muito real e então você acorda e aquilo vira uma memória e vai se desbotando ao longo do dia e logo cai no esquecimento? É como se fosse mais ou menos isso. Só um personagem sem importância alguma. É essa sensação que me leva a dizer que o 'eu' não é real.
May,
Re: Guia em Português
Viva May,
Abraço,
S
Sim! É uma experiência não verbal.Um paradoxo! O desconhecido aparecendo como algo conhecido... acho que aqui a linguagem é finita para descrever algo infinito.
Como é que voltas a atenção para o eu? Descreve o que fazes, aquilo a que chamas voltar a atenção para.Não sei ao certo, mas quando a atenção se volta para o "eu"
Abraço,
S
Re: Guia em Português
Boa tarde!!!
Nesse caso me refiro a essa ideia de que existe um “eu”, ao ler sua pergunta, imediatamente a resposta que surge é: não tem como por atenção em algo que não existe. Mas me referia à ideia do sujeito separado, o “May”.
Agora você me pegou! Porque veja bem, se não é o May quem controla/direciona a atenção, então, quem o faz? Sinceramente acho que ‘eu’ não controlo nada, ‘eu’ não faço essa escolha de direcionar a atenção, porque está cada vez mais claro que esse “eu” não existe...
Mas ao mesmo tempo, quando pergunto: “então, quem o faz?” já estou me separando/apartando, pois isso implica buscar um responsável pela ação...
Não faz sentido buscar algo que já é/está! :O
Acho que sua pergunta me conduziu a um insight!
Sandra, isso aqui que estamos fazendo é um monologo, não é?
Abraço,
May
“Como é que voltas a atenção para o eu?”
Nesse caso me refiro a essa ideia de que existe um “eu”, ao ler sua pergunta, imediatamente a resposta que surge é: não tem como por atenção em algo que não existe. Mas me referia à ideia do sujeito separado, o “May”.
“Descreve o que fazes, aquilo a que chamas voltar a atenção para.”
Agora você me pegou! Porque veja bem, se não é o May quem controla/direciona a atenção, então, quem o faz? Sinceramente acho que ‘eu’ não controlo nada, ‘eu’ não faço essa escolha de direcionar a atenção, porque está cada vez mais claro que esse “eu” não existe...
Mas ao mesmo tempo, quando pergunto: “então, quem o faz?” já estou me separando/apartando, pois isso implica buscar um responsável pela ação...
Não faz sentido buscar algo que já é/está! :O
Acho que sua pergunta me conduziu a um insight!
Sandra, isso aqui que estamos fazendo é um monologo, não é?
Abraço,
May
Re: Guia em Português
Olá May,
O que estamos a fazer aqui pode levar a insights, mas a ideia é mais explorar o que está aqui agora in sight.
Existe outra forma de abordar estas perguntas, olhando para o que está aqui agora para ver qual é a resposta.
Quando eu digo ver é exatamente isso que quero dizer, ver. Usar a visão. Usar os sentidos.
Observar e descrever.
Se um eu existe, quando colocas a tua atenção no que está presente aqui, agora, o eu tem de estar presente aqui, agora.
Tem de ser algo que é possível observar, tocar, cheirar, saborear, ouvir. Mais uma vez porque nunca é demais, aqui e agora.
Quando eu olho para o que me rodeia vejo uma série de objetos (à falta de melhor definição). Vejo uma copa de árvore do outro lado da janela, a minha gata a dormir, uma televisão, uma mesa, o computador, as minhas mãos, o meu peito, braços, o aro dos óculos. Ouço a minha filha a falar com os gatos, um zumbido que parece ser interno, o som das teclas.
Sinto sensações e algum desconforto.
Se no meio disto tudo tentar ver um eu, observo que não vejo um eu, um ser separado, permanente, sólido. E é assim que eu sei que um eu real não existe, apesar dos pensamentos sobre a existência de um eu.
Não acredites em nada do que eu digo e verifica na tua experiência imediata se consegues encontrar um eu real. Consegues encontrar um eu ?
Não te preocupes se isto parecer difícil ou confuso ou assustador (mas se começares a sentir medo diz-me para falarmos sobre o medo), pode levar algum tempo até chegares lá. E não respondas da forma como achas que eu quero que respondes nem tentes dar uma resposta perfeita. Usa a curiosidade e sê honesto, basta isso :)
Abraço,
S
Sim, de certa forma é :Disso aqui que estamos fazendo é um monologo, não é?
Insight significa the capacity to gain an accurate and deep understanding of someone or something.Acho que sua pergunta me conduziu a um insight!
O que estamos a fazer aqui pode levar a insights, mas a ideia é mais explorar o que está aqui agora in sight.
Se bem entendo leste a pergunta e pensaste numa resposta.Nesse caso me refiro a essa ideia de que existe um “eu”, ao ler sua pergunta, imediatamente a resposta que surge é: não tem como por atenção em algo que não existe. Mas me referia à ideia do sujeito separado, o “May”.
Existe outra forma de abordar estas perguntas, olhando para o que está aqui agora para ver qual é a resposta.
Quando eu digo ver é exatamente isso que quero dizer, ver. Usar a visão. Usar os sentidos.
Observar e descrever.
Se um eu existe, quando colocas a tua atenção no que está presente aqui, agora, o eu tem de estar presente aqui, agora.
Tem de ser algo que é possível observar, tocar, cheirar, saborear, ouvir. Mais uma vez porque nunca é demais, aqui e agora.
Quando eu olho para o que me rodeia vejo uma série de objetos (à falta de melhor definição). Vejo uma copa de árvore do outro lado da janela, a minha gata a dormir, uma televisão, uma mesa, o computador, as minhas mãos, o meu peito, braços, o aro dos óculos. Ouço a minha filha a falar com os gatos, um zumbido que parece ser interno, o som das teclas.
Sinto sensações e algum desconforto.
Se no meio disto tudo tentar ver um eu, observo que não vejo um eu, um ser separado, permanente, sólido. E é assim que eu sei que um eu real não existe, apesar dos pensamentos sobre a existência de um eu.
Não acredites em nada do que eu digo e verifica na tua experiência imediata se consegues encontrar um eu real. Consegues encontrar um eu ?
Não te preocupes se isto parecer difícil ou confuso ou assustador (mas se começares a sentir medo diz-me para falarmos sobre o medo), pode levar algum tempo até chegares lá. E não respondas da forma como achas que eu quero que respondes nem tentes dar uma resposta perfeita. Usa a curiosidade e sê honesto, basta isso :)
Abraço,
S
Re: Guia em Português
Oi Sandra, boa tarde! Como está?
Desculpa não ter respondido antes.
Eu fiz esse exercício algumas vezes nesse final de semana, não senti medo exatamente, mas no momento que percebi que de fato não há esse ‘eu’ sólido ali presente, senti uma sensação de esvaziamento, uma sensação de ‘não saber’, e nesse momento ao mesmo tempo que senti uma "leveza" percebi também que a mente acelerou um pouco, e começaram a surgir pensamentos com maior intensidade.
Desculpa não ter respondido antes.
Aqui e agora, vejo minhas mãos e dedos digitando no teclado, vejo a tela do computador, meus braços, peitoral e barriga, manchas na lente dos meus óculos, pela janela vejo arvores, carros e pessoas transitando, escuto sons de pássaros, gritos distantes de crianças, pessoas conversando, escuto minha respiração, sinto desconforto nas costas, observo alguns pensamentos e sensações. Mas realmente não há um eu sólido, o que percebo que há são os pensamentos que surgem, por exemplo: quando olho para as coisas/objetos começam a vir pensamento sobre tais, com definições e etc, a impressão que tive é que a identificação com esses pensamentos é que gera essa falsa sensação de existir um ‘eu’, mas não sei ao certo.“Não acredites em nada do que eu digo e verifica na tua experiência imediata se consegues encontrar um eu real. Consegues encontrar um ‘eu’ ?”
“Não te preocupes se isto parecer difícil ou confuso ou assustador (mas se começares a sentir medo diz-me para falarmos sobre o medo), pode levar algum tempo até chegares lá.”
Eu fiz esse exercício algumas vezes nesse final de semana, não senti medo exatamente, mas no momento que percebi que de fato não há esse ‘eu’ sólido ali presente, senti uma sensação de esvaziamento, uma sensação de ‘não saber’, e nesse momento ao mesmo tempo que senti uma "leveza" percebi também que a mente acelerou um pouco, e começaram a surgir pensamentos com maior intensidade.
Re: Guia em Português
Olá May,
Obrigada pela tua resposta. Observaste e descreveste, ótimo, a ideia é mesmo essa. Não saber é bom, significa que não estás a criar histórias para explicar, entender, processar o que vês a acontecer. E o que estamos aqui a fazer é um ver, não é um pensar, um entender, embora seja inevitável processar isto com os pensamentos.
Fico com a ideia de que não encontraste um eu real mas ainda não estás convencido, ainda não é claro.
Concordas que se um eu existir tem de estar presente aqui e agora?
E que tem de ser mais do que pensamentos?
Gostava que lesses este artigo da Ilona e que fizesses o exercício que lá está. A ideia é ver como a linguagem influência a forma como vemos as coisas e cria a ilusão de um eu: https://markedeternal-blogspot-com.tran ... r_pto=wapp.
O exercício é este:
Um abraço,
S
Tudo bem, acho que todas as pessoas com quem estou a conversar neste forum levam dias a responder. Espero que estejam a marinar aquilo que viram :DDesculpa não ter respondido antes.
Obrigada pela tua resposta. Observaste e descreveste, ótimo, a ideia é mesmo essa. Não saber é bom, significa que não estás a criar histórias para explicar, entender, processar o que vês a acontecer. E o que estamos aqui a fazer é um ver, não é um pensar, um entender, embora seja inevitável processar isto com os pensamentos.
Fico com a ideia de que não encontraste um eu real mas ainda não estás convencido, ainda não é claro.
Concordas que se um eu existir tem de estar presente aqui e agora?
E que tem de ser mais do que pensamentos?
Gostava que lesses este artigo da Ilona e que fizesses o exercício que lá está. A ideia é ver como a linguagem influência a forma como vemos as coisas e cria a ilusão de um eu: https://markedeternal-blogspot-com.tran ... r_pto=wapp.
O exercício é este:
- faça esse pequeno experimento que não vai tomar muito do seu tempo. Tudo que você precisa é de 20 minutos, uma caneta e papel.
Primeiro escreva o que você está experimentando agora usando as palavras eu e eu. Vá direto ao ponto, sem fantasias passadas ou futuras, apenas uma descrição simples do aqui agora.
Assim
, estou deitada na cama. Estou ouvindo a chuva, estou digitando estas palavras.
Faça isso por 10 minutos. Observe o corpo, há alguma sensação de aperto ou relaxamento?
Então, nos próximos 10 minutos, escreva sem palavras eu e eu. Apenas descreva a experiência como ela está acontecendo usando verbos:
Esperando o próximo pensamento, digitando, respirando, piscando, ouvindo a chuva.
Novamente observe o que está acontecendo no corpo.
Agora compare as duas maneiras de rotular a experiência - uma é mais verdadeira que a outra? Se sim, qual? O que está aqui sem rótulos? Os rótulos afetam a experiência ou apenas a descrevem?
Um abraço,
S
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